Estandarte da produção vitivinícola de Portugal, o Douro também é a região onde mais vinho se produz, com 38.000ha destinados ao Porto DOC para vinhos fortificados e Douro DOC para os demais.
Mais de seis séculos de história consolidaram o Vinho do Porto e o Douro Vinhateiro, Património Histórico da Humanidade pela UNESCO, como um local de relevância ímpar na cena vínica mundial. A primeira região demarcada e regulamentada do mundo viu ampliar as suas possibilidades a partir da entrada de Portugal na Comunidade Europeia (EU) em 1986, onde investimentos foram feitos na modernização de adegas e potencializarão de castas, tudo com vistas a iniciar uma produção consistente de vinho tranquilo.
Seguindo o curso do rio Douro, desde a fronteira com a Espanha à leste até a Serra do Marão à oeste, a região do Douro é subdividida em 3 grandes sub-regiões:
- Baixo Corgo: a mais fresca e úmida, com pluviometria em torno dos 900mm/ano. O aquecimento global tem privilegiado o interesse por essa zona, outrora considerada ligeiramente abaixo das demais em grau de maturação das uvas.
- Cima Corgo: quente e seca, com pluviometria em torno dos 700mm/ ano, é considerada o coração do Douro Vinhateiro, com as suas Quintas históricas e vistas de tirar o fôlego.
- Douro Superior: a mais continental e portanto, também mais quente e árida de todas, com pluviometria de apenas 450mm/ano, tem exigido habilidade por parte dos produtores para descobrir novos aspectos/ exposições e altitudes, como forma de controlar o grau de maturação das uvas e consequente nível de álcool dos vinhos.
Quem viaja pelas estradas do Douro depara-se com uma paisagem inacreditável de agricultura de montanha, com as videiras plantadas na rocha de xisto, onde as raízes aproveitam a clivagem vertical para buscar água, já que a irrigação não é permitida. Um trabalho heróico de construção de socalcos e patamares acompanham as curvas do rio, atraindo olhares e convidando às fotos.
Historicamente, o Douro sempre foi uma região reconhecida pela arte do blend, tanto para castas brancas quanto tintas. Nos últimos tempos, contudo, o número de rótulos monocasta vem crescendo consideravelmente, um reflexo do domínio do conhecimento, mudanças climáticas e exigência dos mercados mundiais.
Dentre as castas tintas, destacam-se: Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinta Barroca, Tinto Cão, Sousão e outras. Já no vinho branco, os destaques vão para: Viosinho, Rabigato, Gouveio, Moscatel Galego Branco entre outras.
E como não há evolução sem alguma mudança, o trabalho em adega aponta o caminho para menos extrações e uso mais criterioso da madeira. Tudo isso sem perder a boa estrutura, a frescura e o potencial de envelhecimento em garrafa, um motivo de orgulho não apenas no Douro, mas também por todo o país!